Entre a auto destruição e a sobrevivência da imagem: intervenção urbana, mídia tática e a performatividade do registro do efêmero
Thiago Spíndola Motta Fernandes
Dissertação defendida em 2019, nas Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGAV/EBA/UFRJ, Orientador: Prof. Dr. Ivair Junior Reinaldim.
Resumo: A pesquisa trata da destruição e do estatuto da documentação de trabalhos artísticos efêmeros. Propondo como recorte uma série de intervenções urbanas realizadas no Rio de Janeiro desde os anos 2000 (dos grupos/artistas Atrocidades Maravilhosas, Ducha, Alexandre Vogler e Tupinambá Lambido), são tomados como principais objetos de estudo as imagens que restaram dessas ações, colocando em questão os limites entre objeto artístico e documentação. Parte-se da hipótese de que essas imagens poderiam ser consideradas prolongamentos dos trabalhos, que, após destruídos, sobreviveriam em outras mídias. São privilegiadas intervenções realizadas de maneira clandestina (devido a sua ilegalidade) e que usufruem da imagem técnica (sobretudo fotografia e documentário) como principal meio de fruição, uma vez que sua curta duração no espaço público limita o acesso às mesmas. Os artistas em questão também têm em comum o fato de utilizarem certos esquemas para fazerem circular seus trabalhos na mídia de massa, adotando artifícios da chamada mídia tática – a apropriação e uso subversivo dos meios de comunicação hegemônicos, de modo a criar ruídos em sua programação, utilizando-os a favor de si. Dessa maneira, os trabalhos não apenas sobrevivem por meio da imagem técnica, como adquirem novo estatuto e novos sentidos ao invadirem esses espaços midiáticos.