Brasil, 2009 | MetaReciclagem
História da MetaReciclagem, Histórias de MetaReciclagem. Numa conversa corriqueira com Felipe Fonseca percebemos que a emergência de uma blogosfera era um fenômeno além da nossa compreensão. Naquele momento a ferramenta blog fazia sentido. O Metá:Fora nasce com o propósito de juntar os pontos, os links que catalisam as conversas. A linkania surgiu. Relacionamentos na rede abrem espaços para uma nova forma de trabalho, que é imaterial. Uma cultura baseada na colaboração, no compartilhamento do conhecimento e na ausência de hierarquias não é mais uma fantasia. O virtual é muito real. Mas o que é colaboração? Estamos falando de tecnologia da informação. No entanto, percebemos que, a cada dia, essas idéias penetram no modelo de organização da sociedade. Temos que prestar atenção em alguns indicadores quase imperceptíveis para pensar numa sociedade diferente. Onde a produção do conhecimento corra livre. Software livre é apenas a ponta do iceberg do paradigma hacker. O conhecimento quer ser livre.
Reciclar computadores para reuso parecia o modelo mais convincente nos tempos de exclusão. Internet não tinha valor para aqueles que não enxergavam a rede. O pragmatismo destrói o sonho da revolução. Não é possível conviver nesse ambiente cultural sem analisar as tecnologias de informação e comunicação que trafegam pelo entorno da sociedade. A tecnocultura está carregada de simbologia e signos. É semântica. No entanto, a densidade da solução em rede subverte e corrói a necessidade de conservar aquilo que é conhecido. Ou, quando o paradoxo se torna paradigma, novas práticas cabem. MetaReciclagem é uma forma de tratar a apropriação da tecnologia, é um dispositivo que dá visibilidade da articulação em rede para a transformação social. E esse conhecimento está impregnado nos mutirões. No efeito puxadinho colaborativo. O computador, a ferramenta que nos faz devastar as novas fronteiras não pode ser o lixo do lixo. Pelo contrário. Há de se transportar o cotidiano para o campo das artes. Reciclar é preciso. Porque é preciso viver. (Hernani Dimantas, edit.)